O BCB ampliou e aprimorou as estatísticas de operações de crédito, que passaram a ser publicadas em nova estrutura desde fevereiro. As novas informações, mais abrangentes e detalhadas, possibilitam acompanhamento mais preciso das operações de crédito no país.
A expansão do crédito manteve ritmo moderado em 2013, acompanhando a recuperação gradual da atividade econômica, condicionada pelas incertezas nos cenários doméstico e internacional. Esse comportamento refletiu a acomodação das expectativas de empresários e consumidores, assim como a postura cautelosa das instituições financeiras, sobretudo das instituições privadas, na contratação de novas operações.
Predominaram os financiamentos com recursos direcionados, com atuação destacada dos bancos públicos, cuja representatividade no total de crédito do sistema financeiro atingiu 51,2% em dezembro.
Entre as modalidades, prevaleceram os financiamentos imobiliários e os créditos consignados, no que se refere às pessoas naturais, e os financiamentos com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no tocante às pessoas jurídicas. O aumento da participação dessas linhas de crédito, que apresentam baixas taxas de juros e de inadimplência, contribuiu para a estabilidade financeira e para a contenção do grau de comprometimento de renda das famílias com operações de crédito.
Nesse contexto, o saldo total de crédito do sistema financeiro, consideradas as operações com recursos livres e direcionados, teve elevação de 14,6% em doze meses, considerando-se valores de dezembro, passando a representar 56,5% do PIB. Os créditos destinados às empresas e às famílias somaram R$1.464 bilhões e R$1.251 bilhões, respectivamente, refletindo expansões, na ordem, de 13,3% e 16,3% nos últimos doze meses.
Os empréstimos com recursos livres, com participação de 55,5% no total do sistema financeiro, alcançaram R$1.508 bilhões em dezembro, após crescimento anual de 7,8%, decorrente dos acréscimos tanto na carteira de pessoas jurídicas quanto na de pessoas naturais.
O crédito direcionado somou R$1.207 bilhões em dezembro, após elevação de 24,5% em doze meses. No segmento de pessoas jurídicas, destacou-se o incremento de 15,9% nos financiamentos destinados a investimento com recursos do BNDES, enquanto, na carteira das pessoas físicas, sobressaíram os aumentos respectivos de 33,7% e 27,2% nos financiamentos imobiliários e rurais.
A taxa média de juros e o spread bancário das operações de crédito do sistema financeiro atingiram, na ordem, 19,7% a.a. e 11,1 pontos percentuais (p.p.) em dezembro, com elevação de 1,7 p.p. e recuo de 0,4 p.p. no período de doze meses. A taxa de inadimplência, que corresponde ao percentual de operações com atraso superior a noventa dias, situou-se em 3%, após declínio de 0,7 p.p. em doze meses.