Relatório da Administração

2012

Nível da atividade doméstica

Paralelamente à permanência do cenário de crise internacional, a atividade econômica no Brasil desacelerou em 2012, após o crescimento moderado registrado em 2011. O resultado refletiu choques adversos ocorridos na primeira metade do ano, principalmente o forte recuo na produção agrícola no primeiro trimestre, o fraco desempenho da indústria no segundo trimestre e a retração na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF).

A FBCF é um indicador que mede o quanto as empresas e o Estado aumentaram o estoque de bens de capital do país – máquinas, equipamentos e material de construção utilizados para produzir outros bens.

Esse indicador mostra se a capacidade de produção do país está crescendo.

Nesse contexto, em relação a igual trimestre de 2011, o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou expansão nos três primeiros trimestres de 2012, ainda sustentado pelo dinamismo da demanda interna.

O consumo das famílias cresceu nos três primeiros trimestres, nas mesmas bases de comparação, e manteve-se como a principal contribuição para o crescimento do PIB. Esse resultado refletiu o ambiente de expansão dos rendimentos reais e de manutenção dos indicadores de confiança em patamares elevados.

A FBCF registrou reduções nos três primeiros trimestres, em linha com a evolução dos indicadores de confiança dos empresários ao longo do ano e com as incertezas associadas ao cenário externo.

Do lado da oferta, o setor de serviços foi o único a registrar crescimento no acumulado dos três primeiros trimestres do ano, comparativamente ao mesmo período do ano anterior, com os setores agrícola e industrial apresentando quedas.

No âmbito da demanda, o setor externo (representado pelo saldo, em volume, entre as exportações e as importações de bens e serviços) exerceu contribuição nula ao crescimento, resultado de variações similares tanto das exportações quanto das importações. Esse efeito é compatível com a trajetória de desaceleração do crescimento econômico dos principais parceiros comerciais e consistente com o ritmo de expansão da economia doméstica.

O mercado de trabalho continuou a apresentar evolução favorável. A taxa de desemprego manteve-se em patamares historicamente baixos, embora o ritmo de geração de empregos tenha desacelerado. O rendimento médio real manteve trajetória ascendente, contribuindo para a evolução favorável da massa salarial real.