Relatório de
Cidadania
Financeira
2018
 

Panorama da cidadania
financeira no Brasil em 2017

257.570
pontos de atendimento
espalhados por todo o país



100%
dos municípios brasileiros
com pelo menos um ponto de
atendimento físico

86,5%
de brasileiros acima de 15
anos com conta bancária

Descrição da imagem



32%
da população poupou
nos últimos doze meses

44%
da população adulta com
operações de crédito

Homem sorrindo



66%
do total de transações
feitas por canais remotos

Sumário

Introdução

  • Sobre o relatório
  • O conceito de cidadania financeira como base
  • Conexões entre Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e cidadania financeira

Parte 1 – Panorama da Cidadania Financeira

Parte 2 – Textos relacionados

Glossário

Introdução


É com satisfação que apresentamos a primeira edição do Relatório de Cidadania Financeira (RCF), que substitui o Relatório de Inclusão Financeira (RIF). Este documento é fruto de um esforço de construção coletiva, que envolveu parceiros da academia e do setor privado e de diferentes unidades do Banco Central do Brasil (BCB), sob a coordenação técnica do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira (Depef). Agradecemos a todos que contribuíram para a concretização deste trabalho.

Em 2013, o BCB usou pela primeira vez a expressão “cidadania financeira” como forma integrada de enxergar a inclusão financeira, a educação financeira e a proteção ao consumidor de serviços financeiros. Neste ano, em 2018, ela ganhou contornos ainda mais sólidos, com a publicação de sua definição conceitual, que inclui mais uma dimensão que a fundamenta. Nessa definição, expressamos nossa visão de que o contexto necessário para o desenvolvimento da cidadania financeira também abrange a participação e o engajamento do cidadão e de outros atores em um diálogo construtivo para aperfeiçoar o sistema financeiro.

O RCF é mais um passo natural – e necessário – nesse processo de amadurecimento e vai permitir acompanharmos o progresso desse contexto de inclusão, educação, proteção e participação. Além de um panorama da cidadania financeira, ele traz uma seção de textos relacionados, que aprofundam a análise sobre alguns dos desafios.

Sabemos que acompanhar a evolução da cidadania financeira é um desafio complexo. Por isso, nesta primeira edição, apresentamos, de forma inédita, uma proposta para o Índice de Cidadania Financeira (ICF). O ICF compila diferentes indicadores, transmitindo de maneira mais clara e sintética o cenário nas diversas regiões do país.

Este é um trabalho que estará em constante evolução, para que esteja sempre alinhado ao cenário de rápidas transformações e realidades complexas em que vivemos. Teremos grande satisfação em contar com a sua parceria, leitor e leitora deste novo RCF, na forma de sugestões e contribuições sobre o conteúdo apresentado e possíveis caminhos.

Boa leitura.

Sobre o relatório

Relatório de Cidadania Financeira substitui o Relatório de Inclusão Financeira e passa a ser divulgado a cada três anos

O Banco Central do Brasil (BCB) tem a promoção da cidadania financeira como um dos seus seis objetivos estratégicos e um dos pilares da Agenda BC+. Para melhor identificar lacunas e desafios para o alcance desse objetivo e alinhar seus esforços nesse campo, o BCB passa a publicar o Relatório de Cidadania Financeira (RCF) a cada três anos, em substituição ao Relatório de Inclusão Financeira (RIF)1.

O relatório está dividido em duas partes distintas. A primeira – Panorama da Cidadania Financeira – mostra o contexto geral da cidadania financeira. A segunda compreende textos relacionados que aprofundam a compreensão e a análise desse cenário e foram redigidos por diferentes departamentos do BCB e instituições parceiras.

Em sua última publicação, em 2015, o RIF havia apresentado a evolução da inclusão financeira no país durante o período de 2010 a 2014, tendo como base de comparação o período 2005-2010. Esta primeira edição do RCF abrange, na seção Panorama, os anos de 2015 a 2017. Restrições temporais nas bases de dados utilizadas, bem como mudanças metodológicas durante o período, podem alterar essa abrangência. Os textos relacionados, por sua vez, não cobrem um período temporal único, cada um deles ajustando-se ao escopo do tema que propõe analisar.

Os aspectos visuais e de conteúdo que norteiam este relatório foram baseados em entrevistas em profundidade com representantes de stakeholders, como imprensa e membros da academia. Em caso de dúvidas, críticas ou sugestões, estamos à disposição no e-mail: cidadania.financeira@bcb.gov.br.

O conceito de cidadania financeira como base

Conceito de cidadania financeira e seus diferentes aspectos formam a estrutura do relatório

O BCB usou o termo “cidadania financeira” pela primeira vez em 2013, ao lançar um programa com esse nome: o Programa Cidadania Financeira. Ao longo do tempo, o significado dessa expressão no âmbito da Autarquia foi evoluindo. Em 2017, após amplo processo de consulta e participação de stakeholders, o conceito ganhou contornos mais definitivos, acrescentando-se a ele também o que seriam as condições necessárias para que se concretize – o trabalho está disponível aqui.

É importante notar que a plena implementação e o pleno avanço da cidadania financeira dependem da existência de um contexto estruturado para o seu desenvolvimento.

O desenvolvimento da cidadania financeira se dá por meio de um contexto de inclusão financeira, de educação financeira, de proteção ao consumidor de serviços financeiros e de participação no diálogo sobre o sistema financeiro.

Com base em referências nacionais e internacionais, na opinião de stakeholders e pesquisadores e na experiência da equipe do BCB que trabalha com o tema, concluiu-se que ser cidadão financeiro, em plenitude, inclui quatro condições básicas:

  • Inclusão financeira: ter acesso a serviços financeiros que se adequam às suas necessidades.
  • Educação financeira: ter oportunidade de desenvolver capacidades e autoconfiança para gerenciar bem seus recursos financeiros.
  • Proteção ao consumidor de serviços financeiros: contar com ambiente de negócios que gera confiança, com informações simples e mecanismos de solução de conflitos.
  • Participação: ter canais para participar do debate sobre o funcionamento do sistema financeiro.

Com escopo ampliado, o RCF procura traçar o panorama atual da cidadania financeira, abordando não somente dados relativos à inclusão financeira, foco das edições anteriores do RIF, mas também aspectos relacionados ao contexto de educação financeira, de proteção ao consumidor de serviços financeiros e de participação do cidadão e de outros stakeholders no aprimoramento do sistema financeiro. Nesta edição, as questões referentes à participação, inserida de forma inovadora na definição conceitual, são abordadas de forma indireta nas análises de proteção.

Definir métricas e indicadores que contemplem todos os aspectos do conceito de cidadania financeira é um desafio que se inicia com este trabalho, mas ainda precisa evoluir e ser aprofundado nos próximos anos.

Para apresentar esse panorama, algumas perguntas são usadas como norteadoras:

  1. As pessoas estão acessando serviços financeiros?
  2. A população está usando seus recursos financeiros de forma sustentável?
  3. O cidadão está sendo ouvido?
  4. Como podemos acompanhar a evolução desse contexto?

Cada pergunta está relacionada a aspectos do conceito e a condições necessárias para que se concretize. Essa correlação é feita na abertura de cada capítulo, como poderá ser verificado ao longo deste relatório.


Caminhos para o futuro: Índice de Cidadania Financeira

No espectro das diversas perguntas possíveis, as que foram selecionadas para nortearem este relatório foram escolhidas por serem passíveis de respostas a partir das bases de dados utilizadas, majoritariamente do BCB. Nota-se que a definição sobre o significado de cidadania financeira é recente, e, consequentemente, também o são as tentativas para mensurá-la.

Para seguir nesse caminho de amadurecimento, o BCB apresenta, nesta edição, um grupo-chave de indicadores considerados para mensuração da cidadania financeira. Para facilitar a visualização do panorama da cidadania financeira, esta edição inclui ainda uma proposta de Índice de Cidadania Financeira (ICF), permitindo comparabilidade entre regiões e, ao longo do tempo, identificação de tendências e desafios, que são importantes para orientar a definição de estratégias e ações para o fortalecimento da cidadania financeira no país.

Conexões entre Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e cidadania financeir

Ampliação do acesso a serviços financeiros está na meta de diversos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Analisar os avanços e desafios na agenda da cidadania financeira é, também, refletir sobre sustentabilidade. A ampliação do acesso a serviços financeiros, o uso responsável do crédito e outros elementos ligados à cidadania financeira são considerados importantes catalisadores do desenvolvimento sustentável, desempenhando papel importante no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)2 lançados pela ONU, em 2015. Há metas explícitas quanto a isso em sete dos dezessete ODS: erradicação da pobreza; fome zero e agricultura sustentável; saúde e bem-estar; igualdade de gênero; trabalho digno e crescimento econômico; indústria, inovação e infraestrutura; e educação das desigualdades.

Veja, a seguir, como os serviços financeiros podem contribuir para esses objetivos3.

Notas:
  1. Edições anteriores do RIF estão disponíveis aqui. Voltar
  2. A lista dos ODS está disponível aqui. Voltar
  3. UNSGSA. Annual report to the Secretary-General. Nova York, 2016. Disponível aqui. Voltar